quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Os tubarões inventaram o sexo

Esses dias, por acaso, parei para assistir a um documentário chamado "A ciência do sex appeal" que passava do Discovery Channel. Eu já vi essa tal pesquisa umas quinhentas vezes. Essa em que mulheres cheiram camisetas suadas de homens diversos e escolhem o cheiro do qual gostem mais (quem é que gosta de cheio de suor?), para que seus mapas genéticos sejam comparados e se comprove que elas escolhem o homem que tem o "genoma imunológico" mais diferente do seu, para que produzam filhos mais saudáveis. E é claro que, segundo os teóricos evolucionistas mais ortodoxos, esse determinismo vital está por trás de todos nossos comportamentos, quer nós pensamos sobre eles ou não. Mas aí me vem a questão: pensar sobre esses comportamentos "determinados" não pode fazer toda diferença? Ou será que somos vítimas do determinismo biológico, apesar de toda nossa consciência elevada, da nossa massa cinzenta e do nosso polegar opositor?

O mais interessante é que, quando se fala em sexo, essa questão torna-se mais especial. A reprodução é algo que evolui de forma fantástica ao longo da cadeia evolutiva, aprimorando-se cada vez mais para conseguir a manutenção da espécie e a vida saudável dos indivíduos. A reprodução sexuada, em escala evolutiva, surge pela primeira vez nos tubarões, fazendo estes terem uma vantagem enorme sobre os outros peixes inferiores, já que agora os óvulos e espermatozóides não eram mais esguichados aleatoriamente no mar, para que por um feliz acaso se encontrassem e dessem origem a peixinhos, cuja maioria morreria. Agora era necessário a cópula para que esses peixes superiores pudessem se reproduzir, e isso garantiu uma maior sobrevivência, e consequente evolução, da espécie dos tubarões.

O sexo, evoluindo junto com os demais artefatos de sobrevivência na luta pela supremacia das espécies, adquire as suas mais variadas formas com as mais bizarras estratégias, desde as baratas, que guardam o sêmem do macho pela vida inteira e podem se "auto-fecundar" quando bem quiserem, até uma espécie de macacos que fazem sexo toda hora, sem aparentes fins reprodutivos.

Opa! A esse ponto a história começa a parecer levemente familiar.

domingo, 13 de setembro de 2009

Da onde vem o sorriso?

Eu nunca tinha me perguntado isso até eu ouvir, ano passado, em uma aula, que o bebê sorria porque imitava o sorriso dos pais, ou seja, o sorriso seria uma resposta condicionada, associada a momentos de recompensa em que os pais, felizes, sorriem para o bebê; ou seja, seria assim uma simples imitação.

Isso ficou cutucando a minha cabeça, porque essa explicação não fez sentido; senão bebês cegos não sorririam... aliás, bebês, desde recém nascidos, sorriem até dormindo. Mas enfim, da onde vem o sorriso?

Em uma outra aula, semana passada, outra professora falou nisso novamente, e eu já tinha até me esquecido dessa dúvida. Mas enfim, diz ela que o sorriso, nos primatas inferiores (em escala evolutiva), significa comunicar a mensagem "sou amigo, não vou te morder". Fez muito mais sentido pra mim, mas ainda assim... em todo o reino animal se sabe que mostrar os dentes não é um sinal de amizade, e sim de ameaça. Fiquei pensando novamente nessa dúvida cruel, pois me incomoda não saber a origem das coisas, ainda mais de comportamentos típicos de nós, seres humanos complexos.

Até que eu resolvi procurar na internet (e por que diabos ainda não tinha feito isso antes? Talvez porque eu goste de ficar matutando um pouco...) e achei um texto mais esclarededor. O sorriso é uma herança sim, de nossos ancestrais primatas, mas a mensagem não era exatamente a de "sou amigo, não vou te morder". Diz esse texto que os primatas menores, que eram indefesos, "sorriam" porque esse movimento da boca produzia tipo de som, que codificava a mensagem: "sou pequeno e indefeso, não me ataque", para que os macacos maiores entendessem isso e não arrumassem uma briga. Acontece que a maioria dos macacos começou a utilizar essa "manobra" para parecer menor e indefeso, e consequentemente não ser atacado. Hoje percebe-se que a maioria dos macacos sorri bastante, mas o sorriso não é mais acompanhado de som.

Pesquisas realizadas com recém-nascidos (humanos) mostram que bebês com cegueira congênita também sorriem, mesmo nunca tendo visto um sorriso, porém em menor frequência que bebês que enxergam, o que sinaliza que o reforçamento do sorriso por parte dos pais é, também, um fator determinante desse costume que parece tão... natural. :)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

hey, spider, how did you get here?